Talvez esse seja o ponto de maior tensão para quem está começando um podcast. Como eu vou editar meu áudio? Quais programas utilizar, que cursos devo fazer, etc, etc etc.

Bem, vamos dizer que a edição de áudio é um assunto realmente bastante abrangente. Podíamos dedicar um artigo só para falar sobre a densidade dos hertz ao passar por uma sala e coisa e tal, e então estaríamos falando de acústica. Gastaríamos um curso inteiro apenas para fazer uma pequena introdução a edição de áudio e ainda assim estaríamos raspando na superfície do tema. 

Aqui vai uma dica, talvez a melhor desse artigo, só se aprende a editar editando. Muitos editores passam anos e anos se dedicando a entender a edição. Tanto de áudio, como de vídeo e mesmo a edição de textos. Mas só conseguem se aprimorar nessas áreas quando começam realmente a depender delas para fazer seus trabalhos.

Não adianta ler livros ou assistir cursos e mais cursos e não abrir o programa que você irá utilizar. Porque os caminhos para chegar em um mesmo resultado, quando se trata de edição, são infinitos.

Podemos usar como analogia dois taxis. Ambos vão para o mesmo destino e podem chegar no mesmo horário. Dessa forma, os passageiros de ambos os carros ficariam satisfeitos. Há, no entanto, variáveis a serem consideradas: como a limpeza do carro, a forma como o motorista trata seu passageiro e acima de tudo, a forma como vai ser feita a direção do veículo. 

Tem quem prefira usar sempre o mouse, outros que prefiram usar as teclas de atalho. Você precisa pelo menos abrir o programa para saber como você se adapta melhor. 

Em primeiro lugar, é preciso ter uma configuração mínima para rodar os programas de edição de áudio. Mas fique tranquilo, enquanto que as versões mais atualizadas de programas de edição de vídeo exijam placas gráficas dedicas e pelo menos 8 gigas de ram, para começarmos a edição de áudio vamos precisar apenas de um computador com 4 g de ram, pelo menos uma entrada de áudio (pode ser um microfone externo, interno, ou mesmo uma placa de áudio), uma saída de áudio (caixa de som do pc ou um fone de ouvido) e uns 10 gigas de espaço no hd. 

Claro, essas são as configurações mínimas. Hoje em dia, qualquer pc já sai de fábrica com pelo menos 8 de ram, ssd e processadores de última geração. Nada disso é necessário no entanto, para edição e gravação de áudio. 

                                                Que programa usar? 

Bem, aqui vamos indicar dois: o REAPER e o Cakewalk Sonar. Dê uma pesquisada e veja qual o Wokspace mais lhe agrada. Existem diversos editores de áudio gratuitos, prefira esses aos que você precisa de algum macete para instalar e usar. Além do Cakewalk, muitas pessoas gostam do Audacity, justamente por ser grátis e possuir código aberto, embora sua interface não seja muito agradável. 

Cada programa conta com designer e funcionalidades específicas, em geral, todos os editores de áudio vão ter um esquema parecido com o do vídeo abaixo. Geralmente gravamos a voz na primeira track. Na aba imediatamente a direita de cada track existem comandos que serão utilizados para dizer ao programa onde captar o áudio e onde ele deve sair, o famoso input/output. A “agulha” que fica acima de todas as tracks é responsável por rodá-las. Ao contrário de um programa de edição de vídeo, onde as configurações de saída e a renderização  serão fundamentais ao produto final, e por vezes, vai ser completamente diferente do que é visto na timeline. No áudio aquilo que você ouve, já é o produto final, bastando apenas exportá-lo em mp3 ou wma, conforme a definição do usuário. 

Cada uma das tracks roda de forma independente, podendo ter efeitos e volumes regulados individualmente. Importante salientar que o volume do BG ou trilha não devem sobressair ao som da voz. Geralmente em Podcasts eles ficam numa altura e depois “caem” quando o locutor começa a falar até por fim sumirem totalmente. Quando chegar na finalização do programa o BG sobe um pouco até as considerações finais e depois fica sozinho até o fim. 

É interessante fazer uma vinheta de abertura para o podcast, dizendo o nome dele, essa vinheta deve ser tocada umas três vezes durante a atração. No começo, no meio e no fim de cada programa. Se o programa tiver quadros específicos também é interessante criar vinhetas para eles. Se tiver efeitos curtos, como risadas, aplausos e outros, considere inseri-los em uma terceira track, assim, você vai ter um controle de volume individual para eles. Quando chegar a hora de exportar o áudio em mp3, rode o programa inteiro e o ouça com atenção para saber se não “estourou” nada. Programas com equalização errada podem ser insuportáveis para quem está ouvindo, sobretudo, se estiver com o fone de ouvido. Esse tipo de experiência pode causar um efeito negativo em seu ouvinte. 

Feito todo o processo de gravação e edição, você deve exportar o programa. Aconselhamos sempre o formato MP3, mas se você gravou algum instrumento, ou mesmo estiver fazendo a vinheta, pode ser interessante, para preservar melhor cada nota, exportar em wma. Quanto a taxa de bits, o mais interessante é o 128, se escolher inferior a isso, seu áudio poderá ter ruídos, se colocar uma taxa mais alta, além do arquivo ficar maior, ele vai ser quebrado na hora de upalos na plataforma. 

Se você já conseguiu fazer sua edição, vamos passar para o próximo passo. E não se esqueça de guardar o arquivo em um local seguro e de fácil acesso. Já pensou gravar um programa de uma hora e perde-lo por falta de organização? Por via das dúvidas você pode guardar o mp3 em algum tipo de nuvem, como o google drive ou outros. Por não ser um arquivo tão pesado, vai dar pra guardar muitos programas, mesmo na versão gratuita dessas nuvens. 

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